domingo, 18 de março de 2012






07 Faces of Dr. Lao



“O circo do Dr. Lao é a própria vida, e tudo nele é maravilha.”

A Sete Faces do Dr. Lao é um filme de 1964, adaptado do romance de Charles G. Finney, de 1935.

A história fala sobre um misterioso homem chinês, Dr. Lao, e seu fabuloso circo.

Dr. Lao, exótico e mágico, transforma-se em Abominável Homem das Neves, Mago Merlin, Apollonius de Tyana, Pan, Serpente Gigante, Medusa, e em um Membro da Assistencia. Um só homem, e suas 07 faces.

Quantas vezes na vida sou obrigado a trocar de máscara! A vida, diáriamente, apresenta contrastes gritantes.

Por exemplo; em um único dia, participei de um evento repleto de deputados, vereadores e pessoas influentes com certo poder de decisão na vida da população, e horas depois encontrava-me dentro de um boteco sujo, escuro, cheirando a cigarro e filosofando com o mais humilde dos seres humanos! E detalhe; bêbado!

Eu poderia ser a mesma pessoa em ambos os lugares? Em caráter, sem sombra de dúvidas que SIM e afirmo; eu sou! Mas a máscara muda.

Minha vida tem sido repleta de contrastes, e não é de hoje. Quando eu era criança, tinha em frente a minha casa um casarão antigo, simples, com paredes salmão e bem pobre. Morava ali meu amigo Dé, irmão do Binho e filho do Zé. Eram pessoas bem humildes, e apesar da minha visão pura de criança, percebia-se que eram pessoas sofredoras. Eu, Dé, e outros amigos, brincavamos muito ali no casarão. Seu quintal, grande e repleto de árvores, nos oferecia momentos de boas risadas. Não me esqueço do Binho, trepado encima da pitangueira, mijando na cabeça do Dé (kkkkkkkk).

O contraste dessa simplicidade eu vivia nas minhas férias de final de ano, na casa da praia. Lá, na casa de um vereador, eu nadava numa enorme piscina, jogava bilhar, tomava guaraná, e andava de bicicleta. Sem falar, claro, do campo de futebol dentro dessa casa. Sim, um enorme campo de futebol, e com uma quadra de vôlei ao lado. Piscina, quadra, campo, sauna, sala de jogos, churrasco, e horas depois,voltando a São Paulo, me encontrava no casarão pobre, simples, e desgastado do meu amigo Dé, ou no terreno baldio de chão batido e mato próximo a minha casa. Nosso famoso “campinho”.  Puro contraste!

Pude viajar pra vários países, conhecer cidades lindas, ricas e repletas de pessoas bem vividas. Mas também, no meu dia a dia, circulo por São Paulo, zona leste, e vejo a condição triste, precária e lamentável em que se vive grande parte da população. Contrastes.

Voltando ao tema principal, percebo a obrigatoriedade de me transformar. Assim como Dr. Lao, no circo mágico, me vejo obrigado a mudar de roupa, fisionomia, e  ser alguém que esteja de acordo com o ambiente e as pessoas ao redor. Ser aquilo que o momento pede. Ser adaptável!  

Sou a criança brincando no casarão antigo, o adolescente experimentando os primeiros goles de cerveja numa baladinha na Vila Madalena dos anos noventa, o adulto de terno e gravata trabalhando no aeroporto internacional, o mochileiro peregrinando pela Europa, o rebelde cabeludo que destruia a escola e azucrinava os malditos professores, o impaciente, o zen, o romantico escrevendo uma carta, o as vezes triste, mas princiapalmente o FELIZ e eternamente em paz com a vida Cassiano. 




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